25 julho 2025
22 julho 2025
Talvez um dia
por Helena Sacadura Cabral
Talvez um dia eu acorde sem esse peso no peito.
Talvez o silêncio não grite tanto,
e eu consiga ouvir o som leve do agora,
sem que o passado ecoe tão alto.
Talvez um dia eu pare de procurar respostas
nas entrelinhas de conversas antigas,
nas mensagens que nunca vieram,
nos gestos que sonhei, mas não vi.
Talvez eu entenda, enfim,
que algumas pessoas não ficam —
não porque não sentiram,
mas porque não sabiam como.
Talvez um dia eu perdoe o tempo,
por não ter sido mais gentil,
por ter levado tudo tão rápido,
ou demorado tanto a trazer paz.
Talvez eu me veja com os olhos de quem me ama,
sem pressa de ser perfeito,
sem medo de ser vulnerável.
Talvez um dia,
eu volte a sorrir sem lembrar da dor,
volte a amar sem medo do fim,
volte a ser — só ser —
sem precisar em me esconder no "talvez".
Mas hoje...
Hoje ainda dói.
Hoje ainda espero.
Hoje ainda escrevo,
porque escrever é a forma mais silenciosa de não gritar.
Talvez um dia eu não precise mais destes versos.
Mas, até lá, são eles que me seguram.
06 julho 2025
O Valor da Vida: Reflexão a Partir de uma Perda Prematura
Por Helena Sacadura Cabral
A morte de um jovem jogador, recém-casado e pai de três crianças pequenas, ecoa de forma especialmente dolorosa no coração de todos que o conheceram — e mesmo naqueles que apenas ouviram a sua história. É um golpe profundo, injusto, que nos obriga a parar, respirar fundo e encarar uma das mais difíceis verdades da existência: a vida é frágil, imprevisível e, por isso mesmo, de um valor incalculável.
Ele tinha tudo pela frente: sonhos por realizar, metas por conquistar, sorrisos para partilhar com a mulher que amava e os filhos que viam nele um herói. Em campo, corria com paixão. Em casa, vivia com amor. Era mais do que um atleta — era um homem no auge da esperança, da entrega e da construção de um futuro. A sua partida precoce corta essa promessa a meio, deixando um silêncio ensurdecedor onde antes havia gargalhadas, planos, vida.
É nestes momentos que nos confrontamos com a urgência de valorizar o tempo que temos. A vida não espera, e cada instante pode ser o último. Há um valor sagrado em cada abraço dado, em cada palavra dita com carinho, em cada olhar trocado com quem amamos. A rotina, com a sua pressa, muitas vezes cega-nos para o essencial. Mas quando perdemos alguém assim, tão cedo, tão injustamente, somos obrigados a recordar: a vida não pode ser adiada.
A morte deste jovem atleta é uma tragédia que deixa uma família despedaçada e uma comunidade em luto. Mas que também nos deixa uma lição silenciosa: que amar é urgente, que estar presente é essencial, que cada gesto conta. Que nada — nem vitórias, nem conquistas, nem fama — tem mais valor do que o tempo dedicado às pessoas que fazem o nosso mundo.
Que o seu legado não se perca na dor, mas floresça na memória dos que o amaram e na consciência de todos nós. Que possamos, em sua homenagem, viver com mais verdade, mais gratidão, mais presença.
Porque a vida, mesmo breve, quando vivida com amor, tem um valor eterno.
04 julho 2025
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